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Escolas públicas da Bahia podem ter climatização obrigatória por lei

Um segundo projeto de lei que propõe a climatização obrigatória em escolas públicas da rede estadual de ensino da Bahia foi apresentado na Assembléia Legislativada Bahia (Alba) nesta quinta-feira (25). O texto, que institui a Política Estadual de Climatização das Escolas Públicas Estaduais e descreve a medida como promotora de dignidade e inclusão.

O Projeto de Lei nº 25.967/2025 é de autoria do deputado Dr. Diego Castro (PL), que argumenta que a medida contribuirá para a melhoria do ambiente escolar e da qualidade do ensino oferecidos aos estudantes.

A apresentação da proposta na Alba acontece exatamente um ano após o encaminhamento de um projeto de natureza semelhante, de autoria da deputada Olívia Santana (PCdoB), em 25 de setembro de 2024. O Projeto de Lei nº 25522/2024 está sob análise da Comissão de Constituição e Justiça desde 21 de outubro de 2024.

Ao Aratu On, Olívia Santana afirmou que o projeto de sua autoria é “o que vale”, uma vez que é o que foi enviado primeiro. Ela ainda afirmou que o PL n° 2552/2024 “está tramitando na casa” e que já foi feito um pedido de prioridade à Comissão de Constituição e Justiça (CCJ).

Em agosto deste ano, deputada estadual Olívia Santana anunciou que entrou com um processo contra o deputado Diego Castro, acusando o colega de violência política de gênero. O motivo seria o ataque público durante a sessão, quando Diego voltou a criticar um projeto de Olívia para a garantia de assistência do Estado a famílias de vítimas de ações policiais.

Segundo o Anuário Brasileiro da Educação Básica 2025, produzido pelo Todos Pela Educação e divulgado na quarta-feira (24), 35,9% das escolas de educação básica na Bahia são climatizadas. O levantamento foi feito com base em dados de 2024.

Conheça as propostas para climatização obrigatória em escolas

De acordo com o deputado Dr. Diego Castro (PL), nos períodos mais quentes do ano, as salas de aula se tornam insalubres, com temperaturas que ultrapassam os 35°C, afetando a concentração, o desempenho dos alunos e a saúde física e mental da comunidade escolar.

Foto: Tânia Rêgo / Agência Brasil

“A climatização das escolas não se trata de um luxo, mas sim de uma medida essencial de dignidade, inclusão e garantia de direitos fundamentais, como a educação de qualidade e a saúde”, diz o texto do PL.

A projeto prevê a instalação de sistemas de climatização preferencialmente sustentáveis, com a adequação da infraestrutura elétrica das escolas e uso de energia solar.

A implementação da iniciativa inclui a realização de estudos técnicos para a identificar e priorizar regiões de maior vulnerabilidade climática e social.

“A Bahia é um estado de clima majoritariamente quente, com longos períodos de altas temperaturas, especialmente no semiárido, no sertão e também em áreas litorâneas e do Recôncavo”, detalhou o Diego Castro.

Além disso, deve-se capacitar profissionais para a manutenção dos equipamentos.

Deputado Dr. Diego Castro (PL). AscomALBA / Agência ALBA
Deputado Dr. Diego Castro (PL). AscomALBA / Agência ALBA

Projeto de Lei da deputada Olívia Santana

O Projeto de Lei nº 25522/2024, da deputada Olívia Santana, atribui ao governo do estado a responsabilidade de manter a temperatura adequada em salas de aula de unidades de ensino público do estado da Bahia, de acordo com a Norma Regulamentadora nº 17 (NR 17), do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), que trata de ergonomia.

Deputada Olívia Santana (PCdoB). Foto: Vanner Casaes / Agência ALBA
Deputada Olívia Santana (PCdoB). Foto: Vanner Casaes / Agência ALBA

A NR 17 recomenda uma temperatura entre 20°C e 23°C para ambientes como salas de aula, e o projeto de lei propõe a criação de um padrão ambiental uniforme, a fim de evitar o comprometimento da qualidade de ensino e processo de aprendizagem.

O texto do projeto argumenta que o poder público estadual deve observar o Artigo 25 da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), que determina que “será objetivo permanente das autoridades responsáveis alcançar relação adequada entre o número de alunos e o professor, a carga horária e as condições materiais do estabelecimento”.

A proposta também estabelece que o governo estadual deve buscar estratégias para reduzir o impacto ambiental dos aparelhos de ar condicionado. Isso inclui a escolha de equipamentos com menor consumo de energia, o uso de refrigerantes com baixo potencial de aquecimento global e a educação para o uso consciente.

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