
Base de Irecê está prevista para ter capacidade de produzir até 350 mil toneladas anuais de concentrado fosfático –
Expectativa e otimismo são as palavras mais ouvidas na região de Irecê, centro norte da Bahia. O motivo é a implantação de uma nova unidade de mineração de fosfato, matéria-prima essencial para a fabricação de fertilizantes de fertilizantes a partir do elemento químico. A operação, conduzida pela Galvani Fertilizantes, em parceria com a Companhia Baiana de Produção Mineral (CBPM), deve ser iniciada no segundo semestre de 2026, o que pode tornar a Bahia autossuficiente neste tipo de produção, além de permitir que o estado atenda a 30% da demanda das regiões Norte e Nordeste.
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O investimento gira em torno de R$ 500 a R$ 600 milhões. A base em Irecê, está prevista para ter capacidade de produzir até 350 mil toneladas anuais de concentrado fosfático, além de calcário agrícola, considerado como co-produto.
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A iniciativa fortalece também o setor de serviços e manutenção industrial, o que alcança segmentos como mecânica, elétrica, automação, soldagem, transporte, segurança do trabalho, alimentação, limpeza e jardinagem. A expectativa é que o investimento estimule uma rede de negócios locais, com preferência para contratação de empresas e trabalhadores baianos.
Novidade tecnológica
A grande novidade tecnológica, vista com otimismo pela empresa é a calcinação da rocha fosfática, cujo processo de tratamento térmico, tem o objetivo de aumentar a solubilidade e a reatividade do fósforo contido nesses minérios, o que os torna mais disponível para as plantas quando utilizado como fertilizante.
O processo converte o fósforo, que nas rochas fosfáticas naturais é geralmente insolúvel e não disponível para as plantas, em formas mais reativas. A operação envolve o aquecimento da rocha fosfática, geralmente em temperaturas muito altas, as quais variam de aproximadamente 500 C a 1500∘ C.
O tratamento térmico destrói a estrutura cristalina da rocha, permitindo a recombinação dos íons fosfato (PO4−3) em novas estruturas cristalinas ou amorfas que são mais reativas e solúveis, gerando assim os chamados termofosfatos, que são fertilizantes fosfatados obtidos por via térmica.
A calcinação pode ser realizada com a rocha fosfática pura ou com a adição de outros materiais, como escórias siderúrgicas, para facilitar a transformação e obter produtos com características fertilizantes específicas.
A técnica costuma ser utilizadas l para transformar a rocha fosfática bruta, de baixa solubilidade, em um fertilizante fosfatado termicamente modificado (termofosfato) com maior utilidade agrícola.
Complexo industrial em LEM
A estruturação da base em Irecê é feita para a produção do concentrado de fosfato, até 350 mil toneladas/ano, a qual vai abastecer o complexo industrial da Galvani em Luís Eduardo Magalhães, oeste da Bahia, viabilizando a duplicação da produção de fertilizantes da empresa. até 350 mil toneladas/ano.
O projeto de duplicação da capacidade de produção no Complexo Industrial de Luís Eduardo Magalhães tem aporte de R$ 500 milhões, o qual é alimentado por concentrado fosfático. Atualmente, a unidade de LEM recebe material de Angico dos Dias (BA).
Geração de empregos
O projeto da base em Irecê, prevê gerar 300 empregos diretos, com estimativas de centenas de vagas (diretas e indiretas) nas fases de obras e operação.
“Além geração de empregos, os investimentos da empresa no município de Irecê, que é em torno de R$ 7 milhões, visa o calçamento de ruas, construção de praças, coisas feitas já com dinheiro que tem sido gerado e vai ser devolvido para a população”, diz Sérgio Souza, gerente de construção e montagem da Galvani Fertilizantes.
Sustentabilidade
O projeto é visto como um importante vetor de desenvolvimento econômico para a região de Irecê e fortalece a produção nacional de fertilizantes, contribuindo para a redução da dependência de produtos importados.
O processo inovador de calcinação na produção de concentrado fosfático, vai ser realizado sem uso de barragens de rejeitos e com aproveitamento de 100% dos resíduos gerados, reutilizados na agricultura como subprodutos.
Além disso, 100% da água vai ser recirculada no processo, sem qualquer lançamento de efluentes industriais. O projeto prevê ainda a extração e recuperação de áreas simultâneas, sem formação de pilhas permanentes de estéril e com desmonte controlado e preciso, por intermédio de tecnologias inovadoras.
“Aqui na base de Irecê, a gente mantém um plano de recuperação de áreas degradadas, o qual obedece a imposição da legislação ambiental, que exige recuperar áreas quem foram exploradas no processo”, explica o engenheiro agrônomo, Lucas Barbosa, que atua como responsável técnico pelo plano de recuperação de áreas degradadas.
Incentivo à Educação
Em parceria com questões educacionais, a Galvani incentiva e investe em projetor na Escola Municipal Anísio Teixeira, localizada na comunidade quilombola Lagoa Nova, em Irecê, a qual foi destaque nacional e regional pela iniciativa “Lixo Zero”. A unidade foi a primeira do Norte e Nordeste do país a receber a Certificação Lixo Zero por uma ONG internacional, em 2023.
A certificação foi concedida após a instituição conseguir reaproveitar 96,4% dos resíduos produzidos que iriam para o aterro sanitário. A meta para os próximos anos é aumentar o percentual.
Os alunos participam ativamente da reciclagem, como a fabricação de papel novo a partir de papel usado, compostagem dos resíduos orgânicos e utilização de materiais reaproveitados na decoração do local e no aprendizado.
“Essa conquista foi considerada um marco pedagógico que transformou hábitos de vida na perspectiva da sustentabilidade local. A gente dialoga com os municípios os quais estamos ligados para entender as necessidades e daí ajudar no que for preciso”, afirmou Lisiane Feltraco, gerente de comunicação e responsabilidade social corporativa da Galvani.
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